Resenha – Livro: Dívida de Honra

“É um momento de novos começos e novos destinos e, para Han Solo, isso significa pagar uma última dívida, ajudando Chewbacca a libertar seu mundo natal, Kashyyyk. Enquanto isso, o grupo de Norra Wexley persegue agentes imperiais remanescentes pela galáxia, levando-os à justiça. Mas ainda não conseguiram capturar a grã-almirante Rae Sloane, a nova líder do Império, uma mente ardilosa e disposta a tudo para restaurar a antiga ordem política.”

A coisa mais importante para um artista, seja qual for sua área de atuação, é manter a qualidade (ou até superar) de suas obras posteriores. Chuck Wendig realizou um trabalho brilhante em “Dívida de Honra”, e elevou a continuação de “Marcas da Guerra” a um patamar extraordinário. Uma história bem contada, e sem repetir a maioria dos erros do seu antecessor, a fluência e dinâmica dos personagens melhorou consideravelmente, de modo que a leitura ficou leve. Ao ponto de ser difícil não querer ler o capítulo seguinte.

A principal trama do livro é simples. Han Solo e Chewbacca estão numa missão de salvar o planeta natal do nosso copiloto favorito. Mas algum imprevisto acontece durante uma comunicação do contrabandista com Leia Organa. A mesma, preocupada, imediatamente requisita os serviços de Norra Wexley e já conhecida equipe de desajustados: Seu filho, Temmin Wexley, a caçadora de recompensas Jas Ermari, o ex agente imperial Sinjir Rath Velus, o combatente rebelde Jom Barell, e fechando a equipe, o droide conhecido como Sr. Ossudo.

Ao contrário do que a sinopse sugeria, Han Solo e Leia têm grande participação na história. Da mesma forma que Wedge Antilles, que já havia aparecido no início do “Marcas da guerra”. E para aqueles que suspeitavam ver o General/Contrabandista apenas nos capítulos finais, terão uma surpresa.

Chuck Wendig tem um cuidado especial em desenvolver os novos personagens, e aposta bastante no relacionamento amoroso de uns três ou quatro casais. E a forma como conduz isso, não atrapalha o foco principal da narrativa. Apenas nos transporta para uma imersão na personalidade de cada um deles. Principalmente em Sinjir Rath Velus, que é o melhor personagem dessa trilogia, com toda a certeza. Há momentos em que ele é marcante, e faz comentários que você esperaria ter vindo de Han Solo. No caso de Jas Emari, o leitor entende o duro conflito que a faz ser um indivíduo de interpretação dúbia. Ela quer fazer o certo, ajudar os amigos, mas ao mesmo tempo, a vida que ela escolheu sempre vem cobrar o preço. Jom Barell, sempre seguiu ordens e nunca se importou com as consequências, mas o convívio com a nova equipe o fez aflorar seu lado mais sentimental. Norra Wexley, a líder, pensa somente sobre Temmin, que tem um futuro promissor como piloto na Nova República. Norra acha que seu filho poderia seguir uma vida normal, agora que a paz estaria se instaurando na galáxia, essa seria uma chance perfeita.

(Sinjir Rath Velus e Jas Emari – Imagem não oficial)

Essa segunda parte da trilogia também é marcada pela quantidade de revelações, conhecidas pelo termo “Plot Twist”. E por motivos óbvios não serão mencionadas nesse texto. Mas é importante que fiquem atentos a primeira página do capítulo 31, que pode ser um indício de revelação para o “Episódio VIII – The Last Jedi”.

A evolução da antagonista Rae Sloane como personagem também é crucial, e acabamos entendendo sua visão sobre o que é o império. Sua relação estreita com Gallius Rax ao decorrer do livro, fica explícito de que haverá um embate entre eles na terceira parte.

O ponto alto de “Dívida de Honra”, sem sombra de dúvidas, a batalha de Kashyyyk. Provavelmente Chuck Wendig resgatou a ideia inicial de George Lucas para “O Retorno de Jedi”, que seria o confronto de Wookies contra Stormtroopers. Tudo acontece de forma brilhantemente categórica, e Chewbacca protagoniza, ao lado de Han Solo, o mega evento da trama.

Os interlúdios mesmo sendo importantes, de certa forma, tiram o foco da história principal. Algo que já acontecia no volume 1. Mas na continuação, há alguns deles que podem ser considerados até mesmo pelos episódios principais. Como o interlúdio dos “Acólitos do além”, que indica o surgimento dos cavaleiros de Ren. Mas infelizmente, só saberemos no futuro.

Dívida de honra é excelente, e vale muito a pena comprá-lo. Vamos torcer para que o último livro seja tão bom quanto este foi. E claro, quem sabe um dia, virar uma trilogia de filmes.

Fico por aqui,

E que a Força esteja com vocês!