Resenha: Livro – Kenobi

“A República foi destruída, e agora a galáxia é governada pelos terríveis Sith. Obi-Wan Kenobi, o grande cavaleiro Jedi, perdeu tudo… menos a esperança.

Após os terríveis acontecimentos que deram fim à República, coube ao grande mestre Jedi Obi-Wan Kenobi a missão de proteger aquele que pode ser a última esperança da resistência ao Império. Vivendo entre fazendeiros no remoto e desértico planeta Tatooine, nos confins da galáxia, o que Obi-Wan mais deseja é manter-se no completo anonimato e, para isso, evita o contato com os moradores do local. No entanto, todos esses esforços podem ser em vão quando o “Ben Maluco”, como o cavaleiro passa a ser conhecido, se vê envolvido na luta pela sobrevivência dos habitantes de um oásis esquecido no meio do deserto e em seu conflito contra o perigoso Povo da Areia.”

 

John Jackson Miller escreveu diversas obras sobre Star Wars, mas nenhuma acertou em cheio como “Kenobi”, trabalho muito caprichoso e feito por alguém que conhece esse universo magnífico. O título é caracterizado como Western, termo conhecido como nas histórias de faroeste e romantizado em diversas obras e gêneros distintos.

Todo fã sabe muito bem que Obi Wan Kenobi se refugiou em Tatooine, com o intuito de esconder Luke Skywalker com a família Lars e ao mesmo tempo protegê-lo de uma possível ameaça imperial. Mantendo-se aos arredores e pronto para ação.

Como numa cidade pequena qualquer, todos se conhecem há muito tempo no lugar conhecido como “Oásis”. Nossa história começa com essas pessoas comuns, dentro de um armazém da proprietária Annileen Calwell, esta que,  poderia se dizer que é a protagonista do livro. Annie, como é conhecida por todos, ficou viúva de Dannar Calwell e herdou o estabelecimento do marido. Além de ter deixado um casal de filhos, Jabe e Kallie. Um antigo amigo de Dannar também ajuda no armazém, e de certa forma, somando suas riquezas com a da viúva. Seu nome é Orrin Gault e também recebe grande destaque na história. Basicamente esse é o núcleo que move os acontecimentos do livro.

A trama realmente tem início quando Annie e sua filha Kallie estão correndo perigo num lugar com quantidades significantes de sarlaacs (sim, existem outros), situação criada pela teimosia da menina Calwell. Mas tudo é resolvido com a chegada de um eremita barbudo, que ao se apresentar como apenas “BEN” ganha a confiança de ambas as senhoritas.

O livro nos passa uma sensação de estar acompanhando uma “novelinha” pois os capítulos vão distribuindo o tempo entre os personagens, evitando assim uma leitura monótona. Um ponto a ser destacado é o fato de mostrarem a ótica do povo da areia. Confesso não lembrar de algo assim em outros trabalhos de Star Wars. Há uma guerra entre os colonos e os Tuskens, e no comando do povo da areia está A’Yark, que praticamente é uma lenda de horror para os habitantes da região.

É preciso destacar os momentos de meditação de Obi Wan Kenobi, o treinamento que Yoda menciona no final de “A vingança dos Sith”. A dissertação do eremita sobre os problemas da galáxia comparados aos do Oásis, tentando conectar-se com Qui Gon Jin, é algo muito prazeroso de ler. Principalmente na parte em que ele se sente culpado por ter deixado Anakin se levar para o lado sombrio. Essa angústia de Kenobi se estende, e Annileen mesmo sem saber, tenta o confortar de alguma forma. Cria-se um laço que o “Ben Maluco” tentava evitar.

Há umas três reviravoltas no livro que você demora a crer no que leu, principalmente no momento em que se revela o vilão da trama. John Jackson Miller fez isso com maestria, tornando um dos melhores trabalhos do selo “Legends”, isso se não for o melhor. Há menção de Jabba The Hutt, e uma pequena aparição de Luke Skywalker ainda bebê.

Como foi dito na resenha de “Darth Plagueis”, os acontecimentos do livro Kenobi são de selo Legends, mas a história é muito coesa e não entra em conflito com nada dos filmes Star Wars. Poderia torna-se oficial se a Disney quisesse.

Nota: 10/10, e na torcida para a Disney oficializar em filme.

“Se eu tiver de seguir em frente, e ambos sabemos que terei de fazer isso, preciso de alguma maneira parar de me martirizar por causa do que acontece. A dor existe,mas grande parte dela tem sido infligida por mim mesmo,nos últimos tempos…”

Obi Wan Kenobi

Que a força esteja com vocês amigos…