Por que Ron Howard insistiu na participação de personagem importante da franquia
Atenção: este post contém spoiler de Han Solo: Uma História Star Wars!
Para todos aqueles que já assistiram Han Solo: Uma História Star Wars, as cenas finais guardaram uma surpresa e tanto, trazendo a participação de um personagem completamente inesperado como grande vilão e articulador dos acontecimentos do filme: Maul. Mas se para alguns esta participação surpreendeu, para os fãs mais dedicados foi uma referência interessante. Sobre isso, o diretor Ron Howard falou da concepção da cena, da influência de seu filho Reed, e como ela havia sido planejada inicialmente (via SlashFilm):
O roteiro apenas dizia ‘Chefão’ na designação do personagem. E quando eu cheguei, imaginei que soubessem quem seria esse chefão e que estavam apenas mantendo segredo. Só que não sabiam, e Maul estava listado como um dos candidatos. Fiz um lobby bem grande para isso. Fazia muito sentido para mim, e achei o personagem muito efetivo. Eu tinha certeza, sem perguntar diretamente ou entregar nada, que meu filho Reed, de 31 anos e fã ferrenho de ‘Star Wars’, iria gostar. Ele é jogador de golfe, não está na indústria do cinema. Eu apenas sussurrei a ideia e ele achou que seria incrível. Então, para essa geração seria uma ideia muito interessante. E pesquisando um pouco mais e entendendo como o personagem havia sido trabalhado em outros meios, achei que ficaria bom. Os roteiristas concordaram, mas aí acabamos gravando duas vezes. Na primeira percebemos que não estava tão intenso ainda.
Esta segunda gravação incluía o sabre de luz vermelho de Maul, que tornava a cena ainda mais intensa. Para o roteirista Jon Kasdan, ela abre possibilidades ainda maiores para o personagem no universo da franquia (via Movieweb):
Passamos muito tempo pensando que agora podemos fazer as partes mecânicas. Quando você voltar e olhar para o filme, vai ver o design elaborado que fizeram nelas. Estou pronto para escrever um filme inteiro sobre essa metade inferior dele e como ela funciona.
Esta história, no entanto, já existe dentro do universo de Star Wars: ela foi contada durante a série de animação The Clone Wars, quando o irmão de Maul, Savage Opress, é enviado para encontrá-lo no planeta Lotho Minor. Lá ele sobrevive em um estado de delírio constante, com pernas robóticas quase aracnídeas e remoendo em ódio as recordações de sua derrota nas mãos de Obi-Wan Kenobi. Durante os acontecimentos da série, Maul se dedica constantemente à sua vingança contra Kenobi e seu antigo mestre, Darth Sidious.
É nesse período que ele se torna uma das figuras mais proeminentes do submundo do crime, comandando a entidade criminosa conhecida como Shadow Collective, que englobava as organizações Sol Negro, Olho da Morte e Sindicato Pyke – esta última sendo mencionada por Dryden Vos como sendo a chefia de operações em Kessel, conforme visto em Han Solo: Uma História Star Wars. Com todo este poderio, ele chega a controlar todo o planeta de Mandalore, perdendo-o em seguida para o exército da República comandado por Ahsoka Tano, antiga padawan de Anakin Skywalker durante as Guerras Clônicas.
Anos mais tarde, já durante o regime do Império, Maul reaparece como um eremita isolado no planeta Malachor, em eventos retratados na série Star Wars Rebels. Lá ele luta junto à própria Ahsoka Tano e aos Jedi Ezra Bridger e Kanan Jarrus, em um embate contra Darth Vader e seus Inquisidores em busca de um holocron Sith.
Entre os acontecimentos de Han Solo: Uma História Star Wars e Star Wars Rebels há um espaço de cerca de três a seis anos, entre os quais a história do antigo lorde Sith ainda está por escrever. Dado seu talento para o comando no submundo do crime e sua sede de vingança contra aqueles que lhe fizeram mal, o potencial para novas histórias mostrando a criação da Aurora Escarlate e o posterior trabalho de Maul junto a Qi’ra traz oportunidades interessantes para este período cronológico em Star Wars.
Fonte: Cinema com Rapadura