Carrie Fisher escreve carta rancorosa a Princesa Leia
Quando tinha apenas 21 anos, Carrie Fisher se tornou objeto de desejo de milhões de jovens ao redor do mundo, ao interpretar a lendária Princesa Leia no primeiro filme da franquia Guerra nas Estrelas, de George Lucas, em 1977. Hoje, aos 56 anos, no entanto, mesmo após atuar em praticamente uma produção cinematográfica anual, a atriz segue basicamente conhecida por viver a personagem. Com a confirmação de um novo longa para a série intergalática pela Walt Disney Company, hoje detentora dos direitos da Lucas Arts, a revista norte-americana Bullet publicou uma carta assinada por ela na qual fala diretamente a Leia, aparentemente dando adeus ao papel que a tornou famosa.
“Querida Princesa Leia”, inicia Fisher, que atuou, entre outros, nos filmes As Panteras Detonando, Pânico 3 e nas séries Uma Família da Pesada e Weeds. “Não quero soar presunçosa e chamá-la de Leia, pois isso implicaria uma familiaridade que não gostaria de crer existente. E, apesar de alguns poderem dizer que nos parecemos, de uma forma que poderiamos facilmente ser confundidas uma com a outra – se combinassemos de nos vestirmos de forma similar -, será que meu interior combinaria com seu exterior?”
Fischer se tornou um símbolo da cultura pop em 1983, quando apareceu em Guerra nas Estrelas: O Retorno de Jedi com um biquíni dourado, uma imposição à sua personagem feita por Jabba The Hut. Desde então, participou de diversas celebrações de fãs da franquia, organizadas anualmente em diversas cidades nos EUA, e há rumores de que possa estar no próximo longa da série, com previsão de lançamento para 2015 – apesar de, pela carta, aparentar que isso não deva ocorrer.
“Passei quase dois terços da minha vida andando em galaxias com aquelas merdas de botas de couro brancas. Eu até tentei responder por suas ações, para explicar possíveis motivos de escolhas que uma de nós fomos levadas a fazer. Mas enquanto você será eternamente lembrada por suas ‘vadiagens’ em estrelas infestadas de paisagens, enquanto eu fico neste infame armário de celebridades em expansão, ganhando rugas e, frequentemente, me inclinando à estupidez da idade. Você: suave, certa, eternamente condenada à grandes prisão inviável das aventuras intergalátigas. Eu: me esforçando mais e mais com uma doença pós-galática estressante , carregando suas cicatrizes, tornando grisalhos seus eternamente escuros e ridículos cabelos.”
Com histórico de abuso de drogas e portadora de transtorno bipolar – que leva a pessoa a alternar longas fases de excitação, chamada mania, com outras de profunda depressão – Fisher, no entanto, encerra a carta com um tom conciliador, desejando o melhor à personagem que parece não mais suportar. “Independente de onde você for, seja a uma colina, ao palácio de Jabba ou a uma sala de emergência, faça o melhor para fazer o que eu faço: se certifique de aproveitar a viagem. Mude o estilo do cabelo, mas aproveite a viagem.”
Fonte: Terra