‘A melhor ficção é um reflexo da sua realidade’, diz Diego Luna
Ficção e nossa realidade política podem andar lado a lado? Segundo Diego Luna, astro de Andor, nova série de Star Wars no Disney+, sim. Aliás, essa é a ficção que verdadeiramente importa para o ator mexicano, hoje com 42 anos e prestes a estrelar o ambicioso projeto da Disney.
“Às vezes, não. A melhor ficção conversa com a realidade. A melhor ficção é um reflexo da sua realidade – ao menos, a que me interessa”, revela Luna, em entrevista ao IGN Brasil sobre Andor, série focada no personagem Cassian Andor, que foi apresentado em Rogue One: Uma História Star Wars (2016).
Sempre acreditei que Star Wars é uma grande ferramenta para fazer comentários; não só Star Wars, mas toda ficção científica. Quando eu digo que isso acontece numa galáxia muito, muito distante, talvez consiga fazer comentários muito mais incisivos, e aí você estará mais aberto a escutá-los. Afinal, estamos falando de uma galáxia distante, né? Mas, no fundo, você e eu sabemos que não é bem assim.
A série foca na jornada de Cassian Andor (Luna) para descobrir a diferença que ele pode fazer em seu universo. A produção apresenta a história da crescente rebelião contra o Império e como as pessoas e planetas se envolveram.
“O projeto é muito ambicioso: são 24 episódios divididos em duas temporadas de 12 cada uma, que exploram os cinco anos prévios a Rogue One. É muita história, muito tempo, e queríamos fazer uma história complexa, com muitos personagens – não é só a história de um personagem, é um todo: o nascimento de uma revolução e o surgimento de um revolucionário que, eventualmente, sabemos que está disposto a arriscar e sacrificar tudo pela causa”, diz o ator.
“Meu personagem, por exemplo, é um imigrante. Alguém que foi forçado a viver em outro lugar, é um refugiado”, declara Luna, que além de protagonista em Andor, é um dos produtores-executivos.
“Ninguém se perguntava, em Rogue One: ‘por que ninguém tem o sotaque dele? De onde vem o sotaque de Cassian?’ Agora, vamos contar essa história. E em um momento na galáxia onde as coisas estão bem sombrias. Há muito sofrimento, marginalização, um poder que está em controle em uma agenda opressora brutal”, diz.
Nesses tempos sombrios, podemos traçar paralelos políticos vivenciados especialmente pela América Latina nos anos 1960 e 1970 – mas Luna garante que, para além desse debate, Andor trará discussões mais atuais: “Eu não iria tão para trás. Acho que Andor fará comentários da nossa realidade, do hoje. Pelo menos, são as referências que temos em mente”, conclui.
Os três primeiros episódios de Andor estreiam no Disney+ em 21 de setembro.
Fonte: IGN