A Ponte do Rio Kwai foi uma das inspirações do Episódio 8
Contém spoilers de Star Wars: Os Últimos Jedi!
O Uproxx conversou com o diretor Rian Johnson. Na entrevista, o cineasta revelou que A Ponte do Rio Kwai foi uma das inspirações para Star Wars: Os Últimos Jedi. Além disso, ele citou obras como Almas em Chamas e Três Samurais Fora da Lei como referências usadas no longa.
Existe uma trama de missão em A Ponte do Rio Kwai, é um filme incrível nesse aspecto. E uma das coisas que eu percebi revendo ele é que existe uma carga emocional grande nessa missão e como ele faz você se importar com os personagens, fiquei feliz em rever esse. Você pode ver essa influência na relação da Almirante Holdo com Poe, existe uma tensão entre eles. Em A Ponte do Rio Kwai, temos William Holden, o americano esquentado, batendo de frente com Alec Guiness, o comandante mais estrategista. É algo comum em filmes de guerra.
Segundo Johnson, Almas em Chamas, de 1949, também explora isso, mas “com uma discussão moral que acompanha a trama”. O cineasta também contou que Três Samurais Fora da Lei, dirigido por Akira Kurosawa em 1964, serviu como base para algumas decisões visuais de Os Últimos Jedi, além de inspirar parte do arco de Luke Skywalker:
Reassistir Kurosawa foi quase uma obrigação, eu sou um grande fã dele. Vi os filmes várias vezes. Eu senti que já estava familiarizado com ele. Pensei que seria legal explorar coisas que não vimos nos filmes de samurais. Esse é de uma época em que ele estava tentando algumas coisas diferentes em seu estilo, algo mais solto e mais distante do que tinha feito antes. Só em termos visuais, Três Samurais Fora da Lei já vai além em algumas coisas que esperamos em filmes de samurais. A direção é incrível, mas na trama temos essa camaradagem inesperado, essa aliança inesperada entre os samurais. Também temos um conflito de classes, que é algo que aparece nos projetos de Kurosawa com frequência. E também temos o samurai que ficou isolado por muito tempo e que encontramos meio rabugento que diz “Eu realmente preciso fazer isso?” e que no fim das contas é alguém com habilidades incríveis. Isso foi o que mais me inspirou nesse filme.
O diretor citou Sahara, de 1943, como a base para a ideia de vermos a Resistência sem muitos aliados por perto e sendo perseguida pela Primeira Ordem:
É um filme de guerra, mas também é mais específico. Eu revi esse porque estava pensando na ideia da Resistência estar isolada e fugindo dos inimigos que estavam sempre perseguindo-os. Esse filme é um exemplo disso, um pequeno grupo de soldados em um tanque e numa situação desesperadora.
Johnson também falou de A Carta Que não Se Enviou, de 1960. Para ele, esse longa parece “uma experiência 4D, com a natureza saindo da tela e envolvendo o público”. De acordo com ele, isso foi essencial para se criar uma sensação tátil em Os Últimos Jedi e que por isso quis ver o filme com toda a equipe técnica do projeto.
Por fim, Rian citou Gunga Din, de 1939, como a inspiração para o clima mais leve de alguns momentos do filme:
Ele tem essa noção de uma aventura mais leve que veio a influenciar a trilogia Indiana Jones. Sabe, se você ver Gunga Din, vai ser como se tivesse assistido a O Templo da Perdição. Mas temos esse senso de camaradagem que me remete diretamente a Luke, Leia, Han e a Estrela da Morte. É essa sensação de estarmos vendo uma grande aventura entre amigos, e eu acho que isso é essencial nos filmes de Star Wars. Eu sei que nos influenciamos por coisas mais pesadas, mas achei que apresentar essa jornada de uma forma mais leve e divertida seria algo legal.
Fonte: Jovem Nerd