Brinquedo de Star Wars leva islâmicos a acusarem Lego de racismo

A Lego está sendo acusada de racismo por um grupo islâmico sediado na Áustria, por ter se inspirado no desenho de duas mesquitas (Hagia Sophia, em Istambul, e Jami al-Kabir, em Beirute) para criar o Palácio de Jabba, brinquedo que representa a morada do “gangster intergaláctico” Jabba, o Hutt – vilão secundário da primeira trilogia Guerra nas Estrelas (Star Wars).

A Comunidade Cultural Turca na Áustria emitiu um comunicado nesta quarta-feira exigindo que a empresa se retrate e retire os brinquedos do mercado, sob pena de sofrer ação judicial.

“O terrorista Jabba o Hutt gosta de fumar o hookah (conhecido no Brasil como narguilé, espécie de cachimbo de vidro com água tradicional no Oriente Médio) e de condenar suas vítimas à morte. É claro que que a própria cena cheira a preconceito racial e insinuações vulgares contra asiáticos e orientais, como pessoas de personalidades enganadoras e criminosas (…) Era de se esperar mais empatia e responsabilidade de um fabricante de brinquedos que produziu brinquedos e modelos adequados ao ensino por décadas”, afirma o grupo, em nota.

Na trama, Jabba busca vingança contra o piloto renegado Han Solo, seu ex-empregado, a quem considera responsável pela perda de um carregamento de especiarias valiosas. Com a ajuda do caçador de recompensas Bobba Fett, Jabba consegue aprisionar Solo num bloco de uma espécie de pedra (carbonita), e também escraviza a princesa Leia Organa, quase-namorada do personagem. Os dois são salvos por Luke Skywalker, herói da primeira trilogia.

Em entrevista ao jornal britânico “The Telegraph”, uma porta-voz da Lego negou as acusações.

— Lamentamos que o produtos tenha feito os membros da Comunidade Cultural Turca chegarem a uma interpretação errada, mas a questão é que quando o produto foi desenhado, apenas o conteúdo da saga Star Wars foi usada como referência. Ele não reflete nenhum prédio existente, nem as pessoas, ou a mesquita mencionada — afirmou Katharine Sasse.

Fonte: O Globo