Filme de Star Wars Rebels é exibido na Comic Con
A primeira cena do longa-metragem que apresenta a animação Star Wars Rebels é bastante familiar aos conhecedores da saga. Um destróier do Império cruza o céu, lentamente, como se quisesse impor respeito não só pelo tamanho mas principalmente pelo passo interminável, como uma marcha.
Uma vez que Star Wars Rebels se ambientada depois das Guerras Clônicas, entre os Episódios III e IV, é evidente que a animação – cujo longa será seguido por uma série no Disney XD em outubro nos EUA – jogará com os elementos consagrados no primeiro filme da série.
Desde o destróier e os Tie Fighters do Império, à nave dos rebeldes que lembra demais o interior da Millennium Falcon (com direito a mesa de tabuleiro de Dejarik, como na nave de Han Solo), muito do que se vê neste longa parece feito para agradar os fãs mais velhos. Vem até um grito Wilhelm da boca de um pobre Stomtrooper – momento de nerdice que foi recebido com ovação pelo público adulto na premiére mundial do longa aqui na San Diego Comic-Con 2014.
É para o público jovem habituado com Clone Wars que o XD exibirá a série, porém, e o longa tenta com certa pressa apresentar o grupo de foras-da-lei – benfeitores rebeldes que por enquanto não parecem ter qualquer relação com a Aliança Rebelde do Episódio IV – que estrelam Rebels. O principal deles é Ezra, garoto puxado no parkour que tem indícios da Força e se torna aprendiz do jedi Kanan.
As relações estabelecidas na franquia não mudam, afinal: há sempre um mestre e seu aprendiz, como há também entre Kanan e Zeb uma dinâmica similar à de Han e Chewbacca, o piloto malandro e seu melhor amigo pau-pra-toda-obra. As garotas que se afeiçoaram a Ahsoka Tano em Clone Wars podem encontrar em Hera (piloto e “sábia” do grupo) ou em Sabine (especialista em armas e interesse amoroso de Ezra) uma nova heroína para se espelhar – e Star Wars Rebels segue todo o receituário da saga em termos de apelo demográfico e relações testadas e aprovadas no cinema.
Se o longa que introduz a série deixa uma impressão estranha – pelo roteiro de Simon Kinberg parece que o grupo de rebeldes vai, numa viagem à velocidade da luz atrás da outra, só aterrisando em planetas e naves para entrar em tiroteios contra o Império – é inegável o prazer de ver um jedi em ação. Em Rebels, eles têm já uma aura de lenda perdida, e quando Kanan empunha seu sabre-de-luz fica difícil não vibrar com o personagem, embora sua personalidade seja incomodamente turva: afinal, é jedi ou malandro?
Quando Obi-wan Kenobi aparece em cena para falar da era de uma “nova esperança” que pode surgir, o fã mais velho já está ganho pela quantidade de referências e nostalgias. Resta saber como o espectador mais novo vai reagir a essa história.
Fonte: Omelete