Inteligência artificial é uma das apostas da ILM para o futuro dos efeitos visuais

Desde o lançamento do primeiro filme em 1977, a franquia Star Wars é conhecida por utilizar diversos efeitos visuais e especiais para criar os conflitos de uma galáxia muito, muito distante. Grande parte deste trabalho é feito pela Industrial Light & Magic (também conhecida como ILM), empresa fundada por George Lucas em 1975 e especializada em efeitos cinematográficos.

Durante uma coletiva de imprensa realizada na Star Wars Celebration 2022, executivos e profissionais da ILM falaram sobre o futuro da empresa e indicaram que a Inteligência Artificial é uma das apostas. Esse é o pensamento de Lynwen Brennan, vice-presidente executiva e diretora geral da Lucasfilm. Questionada sobre o tema, ela afirmou:

Estamos entendendo como podemos usar a IA para ter reações mais naturais dos personagens que criamos. Isso acontece, por exemplo, quando usamos tecnologia em tempo real para povoar uma cena grandiosa, em que cada personagem se movimenta de forma diferente.

O questionamento sobre qual é a melhor tecnologia para cada cena foi recorrente durante a entrevista. Um dos motivos para isso é o sucesso recente de Grogu (também conhecido como Baby Yoda) na série The Mandalorian. Contra todas as expectativas, o pequeno personagem se tornou famoso ao ser feito em grande parte do tempo com um boneco animatrônico no set.

Para Brennan, um dos fortes da Industrial Light & Magic é saber utilizar as duas frentes (efeitos visuais e efeitos práticos) nos momentos certos.

Tudo volta para qual conexão emocional queremos construir na cena, e qual é a melhor forma de conseguir isso. Há momentos em The Mandalorian em que Grogu é um adorável animatrônico, e conseguimos alcançar o que precisamos com os atores, etc. E há momentos em que é necessário usar computação gráfica. É uma conversa constante entre diretores, equipe de efeitos visuais e equipe de efeitos práticos.

Segredos por trás das câmeras

Painel da Industrial Light and Magic na Star Wars Celebration 2022Documentário promete mostrar como empresa começou na década de 1970.

A coletiva com a equipe aconteceu após o painel Light & Magic, para divulgar a série documental de mesmo nome. Com estreia prevista no Disney+ para 27 de julho, a produção em seis capítulos promete contar a história da empresa de efeitos cinematográficos e os segredos para criar universos fantásticos nas telas.

Questionado se mostrar os segredos de bastidores pode “estragar a magia” para o público, o especialista Dennis Muren afirmou que não acredita nisso:

Tentamos fazer algo que soe real. Todo mundo sabe que aquelas naves não estão ali, mas se você está engajado com a história, tudo isso é esquecido. Por isso acho que não importa se o público sabe como aquilo foi feito. Se a narrativa é boa, você esquece tudo isso.

Para Joe Johnston, diretor de filmes como Jumanji (1995) e responsável por criar os designs da Millennium Falcon e da armadura de Boba Fett, os efeitos (tanto práticos, quanto digitais) são apenas ferramentas, e é necessário saber como utilizá-los:

Está provado que podemos colocar o que quisermos em tela. Mas não quer dizer que devemos. Efeitos visuais servem para contar uma história e esse deve ser o foco.

Painel da Industrial Light and Magic na Star Wars Celebration 2022Documentário Light & Magic também mostrará bastidores de produções recentes, como The Mandalorian

Ron Howard, que comandou Han Solo: Uma História Star Wars (2018), também esteve na apresentação e falou sobre a perspectiva que os efeitos trazem para seu trabalho como diretor. Segundo ele, além da possibilidade de tornar real algo que está na mente do idealizador, há cenas de ação que se tornam mais seguras por conta dos efeitos, além da questão do orçamento:

Às vezes vai ser mais barato fazer uma cena com efeitos visuais, às vezes será mais barato ir para a locação física. Tudo depende de ter a ferramenta certa.

A Industrial Light & Magic é conhecida por ser pioneira na indústria e, segundo a equipe, isso só é possível pela quantidade de novos profissionais que chegam à empresa todos os anos. Para a executiva Lynwen Brennan, há espaço para todos nesta área:

Acho que há essa ideia de que se você não é uma pessoa de computação gráfica, não há lugar para você nos efeitos visuais. Mas, na verdade, temos pessoas que fazem esculturas, temos estilistas e profissionais de várias áreas. Então não importa qual seja o seu talento, há espaço para você na área de efeitos visuais. É isso o que procuramos. Talentos únicos e pessoas diferentes.

Fonte: Jovem Nerd