J.J. Abrams comenta que, graças a Rian Johnson, ousou ir além no Episódio IX

O diretor Rian Johnson, responsável por comandar Star Wars: Os Últimos Jedi, de 2017, é alvo de críticas há mais de um ano em função do roteiro escrito por ele para o filme, considerado questionável por alguns dos fãs da franquia. Ainda assim, J.J. Abrams revelou que Johnson exerceu uma grande influência no desenvolvimento do seu próprio trabalho como diretor em Star Wars: A Ascensão Skywalker, forçando-o a sair de sua zona de conforto e procurando fazer algo novo. Abrams declarou (via IndieWire):

Rian me ajudou a lembrar que é por isso que estamos nesses filmes – não apenas para fazer algo que você já viu antes. Não direi que me senti restrito ou limitado em relação ao Episódio VII [filme que Abrams também dirigiu], mas preferi fazer algo que fosse mais consistente com a trilogia original. No Episódio VII, eu estava adotando um tipo de abordagem que parecia certa para ‘Star Wars’ na minha cabeça. Tratava-se de encontrar uma linguagem visual, como filmar em locações reais e fazer coisas práticas o máximo possível. […] E para o Episódio IX, resolvi arriscar um pouco mais […] Me vi fazendo coisas que não tenho certeza que teria ousado fazer no Episódio VII.

Neste ano, o cineasta já havia afirmado que a história contada por Johnson não atrapalhou em nada os planos iniciais pensados para a mais recente trilogia, que encerrará a saga Skywalker.

Em entrevista à Rolling Stone EUA, o diretor revelou ter achado uma opção inesperada para a narrativa, mas apreciou as escolhas de Johnson – por mais diferente que elas possam ter sido das de Abrams.

Quando eu li o rascunho pela primeira vez, me fez rir porque eu vi que era uma cena dele e com a voz dele. Eu assisti a cortes do filme como membro da audiência, enquanto ele ainda estava trabalhando nele. E eu apreciei as escolhas que ele fez como cineasta que, provavelmente, seria bem diferentes das escolhas que eu teria feito. Da mesma maneira que ele teria feito escolhas diferentes caso ele tivesse feito o Episódio VII.

Entre as várias decisões diferente de Johnson para a narrativa, matar Snoke e mostrar Luke Skywalker como um homem recluso que perdeu a fé nos Jedi, foram as que mais dividiram a maioria dos fãs. Abrams admitiu que também ficou surpreso com as escolhas relacionadas a Luke.

Senti que a maior surpresa foi como Luke estava sombrio. Foi quando pensei: ‘Ah, isso foi inesperado.’ E é isso que Os Últimos Jedi inegavelmente consegue: uma subversão constante das expectativas. O número de coisas que aconteceram naquele filme que não são o que você acha que vai acontecer é bem divertido.

Apesar das várias direções que Star Wars: Os Últimos Jedi explorou e que Abrams não havia previsto, o diretor acredita que nada foi mudado fundamentalmente na trajetória traçada por ele.

Eu tive uma noção real com [co-roteirista do O Despertar da Força] Larry Kasdan sobre onde as coisas poderiam ir. E acho que, quando li o roteiro de Rian, o que senti foi que, com tudo o que acontece naquele filme – e muitas coisas acontecem – , nada evitou uma sensação de inevitabilidade para a qual pensei que a história pudesse ir.

Star Wars: A Ascensão Skywalker tem estreia marcada para 19 de dezembro no Brasil.