O filme que você não viu! Veja como seria o Império Contra Ataca de Leigh Brackett

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Considerado ainda, e na minha opinião também, o melhor filme da saga Star Wars, O Império Contra Ataca – Episódio V, poderia ter sido bem diferente nas telas de cinema. Muito provavelmente, não teria tido o mesmo impacto que o filme de 1980 dirigido por Irvin Kershner teve para quem viu na época!

O filme foi um marco, não só pelo ritmo, melhores efeitos visuais, roteiro redondo e com excelentes diálogos, mas por ainda trazer o humor descontraído que o original Star Wars tinha. Nesse filme, os conceitos da Força são melhor explanados, os personagens evoluem de um jeito equilibrado sem falar no tom do filme que se torna mais sombrio até o final, que é excelente! Deixa um enorme gancho bem como uma incerteza da vitória dos heróis.

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Obviamente, O Império Contra Ataca contou com um grande time para tanto. Além de George Lucas, o criador, que agora cuidava da parte técnica como os efeitos especiais, edição e montagem das cenas e tudo o mais. Sempre que podia, aparecia no set para dar seus pitacos e explicar coisas e conceitos que só ele, como o criador desse universo, saberia dizer. Lawrewnce Kasdan contribuiu com os diálogos do filme e o diretor da vez Irvin Kershner (1923-2010), foi quem sugeriu diversas das ideias como Luke carregar Yoda nas costas além de permitir improvisos que renderam cenas antológicas como a cena entre Han e Leia: “Eu te amo! Eu sei.” Por ser um diretor mais carismático e que sabia lidar melhor com atores do que George Lucas.

Dream Team

O Dream Team de O Império Contra Ataca: No meio estão George Lucas (barbudo e fase magra), o produtor Gary Kurtz, no último filme da parceria de anos com Geroge. A direita, Lawrence Kasdan, vindo do roteiro de Caçadores da Arca Perdida e o diretor que foi professor de Lucas, o intrépido Irvin Keshner.

A primeira concepção do roteiro

Foi em 1978 que George Lucas começou a trabalhar nas ideias iniciais da sequência do então aclamado sucesso de público e crítica: Star Wars. A essa altura, o filme era só conhecido assim. Nada de Episódio IV – Uma nova esperança. Foi só com a reprise do original Star Wars que o filme ganhou esse subtítulo quando voltava aos cinemas em 1980, junto da estréia de O Império Contra Ataca, algo comum na época! Já que ainda não haviam as vídeos locadoras, era um jeito que as pessoas tinham de rever o filme. Império já estreou com o tal Episódio V, o que causou uma certa confusão momentânea na cabeça da audiência que viu o Star wars de 1977, mas que nunca tinha visto os episódios I , II e III!? Imagino a confusão.

Sendo assim, Geroge Lucas, decidido a ficar cuidando do lado técnico da aguardada sequência, contratou roteiristas e um diretor pra cuidar das partes que ele achava mais complicadas. Nisso, entra a roteirista Leigh Brackett, aclamada autora de ficção científica e conhecida por seu trabalho em filmes como À Beira do Abismo, Rio Bravo e colaborou durante quinze anos na revista Planet Stories, onde publicou um total de dezessete histórias. Foi casada com Edmond Hamilton, que também era um escritor de ficção científica, Brackett era conhecida como “A rainha da space opera”. Lucas gostava muito da autora e então passou um primeiro rascunho, um esboço de como seria a história central da sequência de Star Wars. Infelizmente, no mesmo ano 1978, Brackett faleceu vítima de câncer. E só entregou uma única versão sua do roteiro encomendado por George, que mesmo assim, não agradou em quase nada o criador da Saga. Ele refez o roteiro sozinho, que depois foi lapidado por Lawrence Kasdan, que tratou dos diálogos. No entanto, em respeito e carinho que Lucas tinha pela autora, foi creditada junto com Lawrence Kasdan como roteirista de Star Wars: Episódio V – O Império Contra Ataca.

Leigh Brackett

Leigh Brackett

Lawrence Kasdan, junto a George Lucas e Mark Hamill

Lawrence Kasdan, junto a George Lucas e Mark Hamill

J J Abrams e Kasdan

E anos depois com J J Abrams, no set de O Despertar da Força. “Star Wars está em meu DNA”, afirmou o melhor roteirista da Saga

O roteiro de Brackett

Bom, pra começar, era bem diferente do que vimos quando finalizado. Tinha umas ideias mais místicas, metafísicas, mais exacerbadas sobre a Força. E nada de revelações paternas. E ainda tinha uma pegada mais fantasia medieval do que SPACE OPERA, na minha opinião. Vamos a trechos desse roteiro:

– Na base rebelde, Leia fala com Han sobre seu padrasto, um homem extremamente poderoso chamado Ovan Marekal.

– Depois de Luke escapar da caverna do Wampa, Obi-Wan não aparece para ele com a mensagem para ir para Dagobah, treinar com Yoda.

– Não há brincadeiras sobre sair para resgatar Luke, em vez disso, Han e Leia lideram um grupo de buscas para encontrar seu amigo.

– Enquanto Luke está na enfermaria, ele descreve a criatura da neve que o atacou (que torna o Wampa); Comandante Willard pergunta se ele acha que essas criaturas de neve constituem uma ameaça para a base rebelde e, como se vê, eles estão atacando-o naquele momento! Não há nenhuma tensão sexual entre Han e Leia. E Leia não dá aquele beijo incestuoso em Luke, mas quando ela retorna para visitá-lo mais tarde, o roteiro nos diz que podemos vê-los no meio de uma tentativa de cena de amor muito suave.

– Há uma cidade-planeta imperial conhecido como Ton Muund, que é o centro do Império. A primeira vez que Vader aparece no filme, ele está em seus aposentos lá e descobre a localização da base rebelde.

– Quando Darth Vader e seus soldados se preparam para invadir a base rebelde, Vader menciona Luke Skywalker pelo nome, dizendo como Luke usou a força para acertar o alvo de destruir a Estrela da Morte.

– Mais tarde, as criaturas da neve voltam a atacar a base dos rebeldes. Isto é o que leva a discussão de evacuação da base, o que leva a Luke sentir uma perturbação do lado negro da Força (que é Vader e seus homens prestes a invadir).

– Dagobah é referido como o planeta Bog e Luke quase desfalece quando se aproxima da órbita do planeta, porque Vader está sufocando-o de longe! Em Dagobah, ele encontra uma criatura “sapo” chamado Minch (Yoda). Bog era um centro de formação para jovens Jedi e é aí que Obi-Wan fora treinado. Mais tarde, Minch trava um duelo Jedi, convidando Obi-Wan (“pela força, eu te chamar!” Minch diz, convocando Obi-Wan) em espírito, para ser seu adversário.

– Enquanto a Millennium Falcon está no campo de asteroides, Han beija Leia e ela o beija de volta em seguida, mas vai para bater nele (algo que ela fez também na base rebelde). Nisso, Han exige saber se ela ama Luke.

– Darth Vader tem GÁRGULAS DE ESTIMAÇÃO!!!?? (WFT !?)

– Lando Calrissian é conhecido aqui como Lando Kadar e sua família eram refugiados da Guerras Clônicas. Ele era um “contrabandista honesto”, segundo Han, que tinha “sido um homem respeitável em um mundo chamado Hoth.” À medida que se aproximam do lugar, é um mundo “envolto em nuvens.” Han diz a Leia que Hoth significa “nuvem”. Quando eles chegam, um grupo de “nobres guerreiros, com aparência alta, de pele branca e cabelos brancos com armas de dardos pneumáticos.” Nós descobrimos mais tarde que estes são o povo nativo do clã White Bird dos povos da nuvem.

– A Princesa Leia ganha um apelido no planeta Hoth de Lando, que é Ethania Eredith, que na verdade foi a filha de um contrabandista que ele e Han haviam encontrado perdida em um mundo desagradável.

– Luke, finalmente é capaz de convocar Obi-Wan, que traz consigo o pai de Luke! Seu pai pergunta se ele se ele sabe sobre sua irmã (que tem o nome Nellith). Seu pai diz que ele não pode revelar seu nome por medo de que Darth Vader iria ler a mente de Luke e descobrir mais sobre ela. Luke, em seguida, faz o juramento do Cavaleiro Jedi; depois, Minch diz que ele fará seu verdadeiro teste [de resistir o lado negro da Força] que virá de Vader.

– Leia suspeita que Lando é um clone; mais tarde ele confirma que ele é um clone da família Ashardi, que seu patriarca queria muitos filhos, então ele teve clones de si mesmo. Lando diz que depois das Guerras Clônicas, não há muitos deles. Antes das guerras, ele ia ver seu próprio rosto em muitas pessoas nas rua e que lhes deu um “sentido de unidade, de presença.” Mais tarde, quando ele trai Han e Leia, ele não está arrependido. Mas também se redime.

– Darth Vader sabe que Luke está apaixonado por Leia, então ele vai usá-la para chegar até ele.

– Quando Luke chega à cidade das nuvens de Hoth, os guerreiros Brancos do White Bird quase o atacam, mas, em seguida, resolvem ajudá-lo no seu duelo com Vader, lutando contra as tropas imperiais.

– Quando Luke e Vader travam seu duelo, Luke usa inadvertidamente o lado negro da Força! Mais tarde, não há revelação surpresa e Luke não está ferido. Vader só quer que o garoto se junte a ele para governar a galáxia. Então Luke escapa da luta da mesma maneira, mas quando ele vai cair, ele vê a Falcon e pula sobre ela; Chewbacca deixa ele entrar pela escotilha. Leia não demonstra sensitividade a Força e todos escapam no final, incluindo Han.

– A história termina no planeta Besspin Kaalieda, com o grupo fazendo suas despedidas. Leia despede-se de Han, dizendo a ele “volte para mim”, porque ela o ama; Han está saindo com Chewbacca para se encontrar com Ovan Marekal como ele deveria, no início do filme. Luke ainda ama Leia, mas agora de uma maneira diferente desde que ele amadureceu. Luke, Leia, Lando, C3PO e R2-D2 terminam no final vendo a Falcon partir e Luke Skywalker ativa seu sabre de luz em saudação. E é isso, o finalzinho bem fraco galera.

Mas digam agora, aí nos cometários, o que acharam dessa versão inicial do roteiro de O Império Contra Ataca!

E QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊS!!!

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