Resenha: Livro – Estrelas Perdidas
“Ciena Ree e Thane Kyrell se conheceram na infância e cresceram com o mesmo sonho: pilotar as naves do Império. Durante a adolescência, sua amizade aos poucos se transforma em algo a mais, porém diferenças políticas afastam seus caminhos: Thane se junta à Aliança Rebelde e Ciena permanece leal ao imperador. Agora em lados opostos da guerra, será que eles vão conseguir ficar juntos?”
A história se inicia em um planeta chamado Jelucan, um lugar quase esquecido pela antiga república e que agora estava nas vistas e nos planos do império. Como se sabe, Palpatine aos poucos foi deixando de usar clones e aderindo a novos soldados, selecionados de diversos ambientes. Com a propaganda perfeita, os jelucanos sentiram-se maravilhados por serem os novos escolhidos a fazer parte nessa nova ordem.
Thane Kyrell era um garoto sagaz e indomável. Sempre teve muita vontade de conhecer e fazer parte de um esquadrão espacial, além de possuir o dom, o seu foco determinaria seu futuro e sucesso. Como em toda a família, havia problemas, seu pai tinha uma evidente preferência pelo irmão mais velho. E muitas vezes, recorria a agressões inadequadas, insultos, e muitas outras coisas que desmotivaria qualquer pessoa.
Ciena Ree era humilde, mas não menos inteligente. Já conhecia todos os modelos atuais das naves imperiais, e como ela era sonhadora, já se imaginava na frota e completamente uniformizada. Sua família prezava pela honra, a palavra de uma pessoa deveria valer por tudo, sem hesitar. A menina incorporou esse aprendizado e o manteve como seu maior princípio.
O menino e a menina se conheceram após uma briga entre as crianças da região. Thane defendera Ciena de agressores mais velhos, que tinham preconceito por ela ser de uma família “menos privilegiada”. Quando o próprio Tarkin interrompeu a confusão (eles estavam num evento imperial), a história da nossa dupla começou. E eles se prometeram treinar juntos todos os dias, até conseguirem entrar para o time do império assim que chegassem à idade permitida.
A autora Claudia Gray consegue passar a essência da trilogia clássica de uma excelência admirável. Acompanhamos quase uma vida inteira de dois personagens que são dois lados de uma mesma moeda. E é possível acreditar que no império há pessoas boas, porém o medo ao desacato e sua consequências, mantém essa imagem perversa. No livro, há um personagem do império que é habitante de Alderaan. Após assistir seu planeta ser explodido sem piedade, qual seria a reação? Isso foi muito bem trabalhado na história, com as diferentes perspectivas dos personagens. Há um cuidado especial para manter os acontecimentos do livro conectados aos filmes, para não haver contradições.
Após a Batalha de Yavin, Thane decide sair do império, pois não poderia conviver com a ideia de ser parte das atrocidades que aconteciam em nome do imperador. Por outro lado, Ciena se manteve firme, e acreditava que aqueles atos deveriam ter uma explicação. Além do mais, ela não podia abandonar o juramento que fez na academia, pois a honra era tudo, de acordo com a filosofia de sua família. Com isso, cria-se o maior conflito entre os protagonistas e alimenta todo o livro com os acontecimentos seguintes.
Essa é realmente uma história Star Wars (com o perdão do trocadilho), um romance que foge das repetições e clichês que estamos acostumados a ver. Ciena Ree não é a donzela em perigo, precisando ser salva. Thane Kyrell não é o príncipe encantado, ele é cético, e muitas vezes falha. Ao final da leitura, você é induzido a acreditar que a história terminará de um jeito, mas acontece de uma forma diferente. O desfecho entre Rebeldes contra imperiais é bem embasado e nos dá noção de algumas coisas presentes em “O Despertar da força”.
Assim como “Marcas da Guerra”, acredito que “Estrelas Perdidas” poderia ser facilmente adaptado para os cinemas, e ser um deleite para os fãs da saga. Vamos Torcer!!
Que a força esteja com vocês!!!