Resenha: Livro – Fim do império

“A Batalha de Endor destruiu o Império, espalhando pela galáxia suas forças remanescentes. Mas os meses após a vitória da Rebelião não têm sido fáceis. A Nova República sofreu um ataque devastador dos vestígios do Império, forçando a recém-formada democracia a intensificar sua caçada pelo inimigo escondido. Agora, as frotas imperiais orbitam o árido planeta Jakku, enquanto caças da República se aproximam para a batalha final. Norra Wexley e sua equipe se envolvem em uma luta apocalíptica que promete devastar céu e terra. O futuro da galáxia finalmente será decidido.”

Tudo tem início, meio e fim. E o desfecho da saga “Marcas da Guerra” entra no seu ápice com as aventuras do desajustado grupo de Norra Wexley. Assim como em “Dívida de Honra”, nossa trama começa com uma implacável perseguição a Mercurial Swift, um caçador de recompensas e forte concorrente de Jas Emari. Este, é o único ser nesse momento que pode fornecer informações cruciais sobre o paradeiro da almirante Rae Sloane. A imperial que fora responsável pelo ataque a nova república em Chandrila (ou pelo menos o que todos achavam).

O Grupo captura seu alvo após uma mirabolante armadilha, com uma incessante disputa de força física e artimanhas de combate. E no instante seguinte as habilidades infalíveis de Sinjir entram em cena. O ex imperial era conhecido por suas torturas físicas, mas ao contrário do que se sabia, ele também era ótimo em manipulações psicológicas e o fez com louvor. Dado o sucesso do interrogatório eles descobrem que Rae Sloane encontra-se nas regiões desconhecidas da galáxia, mais especificamente num planeta abandonado chamado Jakku. Após muita insistência em conseguir a permissão de Leia (por debaixo dos panos) para iniciar essa busca, Norra Wexley e Cia descobrem um problema maior. Toda a frota imperial está presente na órbita de Jakku e eles estão sozinhos, é nesse momento que a aventura começa.

Chuck Wendig demonstra que sustenta muito bem os pilares de uma boa trama, sem descaracterizar acontecimentos ou desmistificar a essência de seus personagens. A sua leitura segue uma linha leve e de fácil entendimento, tornando-a agradável a ponto de não se perceber os capítulos sendo subtraídos. Há um esforço de tornar os interlúdios mais participativos para a história principal do livro. Em alguns casos é certeiro, mas a maioria ainda se esvai e excomungam o leitor do foco principal; a guerra em Jakku.

O terceiro e último capítulo dessa saga nos trás pontos e curiosidades interessantes. Quando assistimos ao “Despertar da Força” e vemos a personagem Rey andar nas proximidades de um destróier imperial semi enterrado na areia, não imaginamos com precisão como ele foi parar lá. Mas o “Fim do Império” nos transmite com riqueza de detalhes o momento que a máquina do império cai nas terras áridas de Jakku e todas as consequências. Há também informações extras de personagens que há muito tempo não “davam as caras”. O destino do polêmico Jar Jar Binks, odiado pelo povo de Naboo assim como por alguns fãs. Chewie, nosso amado Wookie enfim encontra sua família, com um arco muito respeitoso e satisfatório. É descoberto que Lando Calrissian lutou muito para conquistar o centro de Bespin novamente (e também achar um bom presente para o bebê de Leia Organa). Um velho conhecido da saga “Clone Wars” tem uma participação na história principal, um caçador de recompensas. Fica explícito que um personagem do grupo de Norra Wexley já foi parceiro do General Grievous.

Ao contrário do esperado e diferente dos acontecimentos dos dois livros anteriores, os nossos heróis se separam logo no início da história e assim ficam até o desfecho. Norra Wexley e Jas Emari ficam em Jakku antes de começar a guerra até o final. Sinjir Rath Velus e Temmin Wexley passam todo um arco na presença de Leia Organa, Han Solo e Mom Mothma. O droide Sr. Ossudo passa uma breve carreira solo. Jon Barrel está aposentado, mas se junta à guerra quando a mesma entra no ápice. Rae Sloane e Brentin Wexley formam uma dupla inusitada.

Chuck Wendig arrisca e é ousado nos momentos finais ao mesmo tempo em que se dispõe de certa segurança. Em muitos momentos há coincidências em excesso e soluções rasas para situações extremas. “Fim do Império”, como o nome propõe, encerra a saga da batalha entre rebeldes e império. O legado de Palpatine é erradicado, porém não o lado sombrio, esse é infindável. Deve haver equilíbrio, e a batalha entre o bem e o mal é eterna nesse maniqueísmo que nos cerca e nos une… assim como a força.

 

Que a força esteja com vocês!!