Resenha: Livro – Legado de Sangue
“Quando a Aliança Rebelde derrubou o Império, a princesa Leia acreditava que um longo período de paz iria começar. Mas o que se seguiram foram décadas de brigas sem fim e rixas partidárias no senado da Nova República. Leia, agora uma senadora influente, está perdendo a fé na política enquanto assiste seus colegas no senado, desesperados por mudanças, tomarem medidas que podem destruir o governo igualitário recém-criado. A última princesa de Alderaan torna-se a única esperança da democracia em seu momento mais frágil, mas o passado e o futuro com o lado sombrio da Força a perseguem. O treinamento Jedi de seu filho Ben a preocupa, especialmente depois que ele e Luke param de lhe mandar mensagens, e um dos maiores segredos da família pode vir à tona e colocar em cheque sua credibilidade.”
Após o sucesso do livro “Estrelas Perdidas”, Claudia Gray retorna com esse novo título. A escritora acerta em muitos pontos e cria uma trama política cativante e abrangente. Uma mistura da simplicidade da trilogia clássica somada às articulações do senado na fase da trilogia “prequels”.
Leia Organa, agora senadora em Hosnian Prime (Planeta que acreditávamos ser Coruscant no Episódio VII), encontra-se desanimada pela forma como o senado se comportava. Toda a massa política era dividida entre centristas e populistas. Os Centristas acreditavam num poder com foco em rédeas firmes, já os populistas apostavam na complacência e diálogo, e nossa protagonista fazia parte do segundo grupo. Durante umas das longas reuniões da câmara, enquanto a princesa de Alderaan pensava sobre um possível afastamento da vida política, surge uma denúncia de que o senado estava cego perante a criminalidade que surgia das sombras. Algo tão poderoso e influente como na era dos Hutts, que possuíam um grande poder e dominação. A história começa quando Leia se oferece como voluntária para investigar as tais ações criminosas, identificadas próximo ao planeta Ryloth. Ao mesmo tempo em que do partido centrista há uma manifestação do senador Ramsolm Casterfo. Ela mal podia imaginar, mas essa parceria seguiria por um longo tempo.
Claudia Grey se preocupa em desenvolver a trama política sem tantos detalhes técnicos, na tentativa de não tornar uma leitura maçante. E de fato, funciona. A escrita se desenrola muito bem e o leitor vai seguindo a leveza da história, principalmente pelo bem utilizado recurso das metáforas. Por outro lado, há adição de personagens que praticamente não fazem diferença nos acontecimentos do livro. Por exemplo, Korr Sella , uma estagiária da senadora Organa (que aparece rapidamente em “O despertar da Força”). A escritora persiste em manipular o leitor a acreditar que há uma ameaça grande por vir (o que não é mentira), mas com um conceito muito raso e sua resolução pior ainda.
A obra apresenta o motivo principal da “Primeira ordem” adquirir tanto poder em tão pouco tempo, embora a falta de detalhes não dê a exata sensação de que o livro é realmente conectado ao episódio VII. A história promete várias vezes se conectar, mas no final sempre escolhe uma saída fácil. Claudia abre várias subtramas e resolve uma ou duas com louvor, e todo o restante é finalizado em poucas linhas, como se fosse um aviso “O livro está acabando e preciso fechar essas pontas logo”. A personagem “Lady Carise Sindian”, por exemplo, ao mesmo tempo tinha uma certa ambição, logo depois muda seu foco…e na reta final muda seu objetivo novamente. E seu desfecho e diálogo final com Leia Organa não fez sentido algum, para alguém que tinha planos maiores. De acordo com alguns rumores, ela poderia aparecer no tão esperado espisódio VIII, mas por enquanto, apenas rumor.
Alguns nomes conhecidos são citados, como Padme Amidala, Jabba The Hutt, Saw Guerra, Mon Mothma (que deixa a entender sua saída do ramo político), Lando Calrissian, Luke Skywalker e Ben Solo (isso mesmo, eles são apenas citados). E há pequenas participações de personagens importantes, que são: Han Solo,Temmin “Snap” Wexley (da trilogia Marcas da Guerra), Almirante Ackbar e Nien Numb.
O melhor e mais alto ponto do livro, que acontecera depois de uma armadilha política mirabolante, causando a pena de morte para um personagem importante. Leia se dá conta, e começa a se perguntar o motivo que levara seu pai, Anakin Skywalker, a debandar para o lado sombrio. Pois a tamanha injustiça poderia sim desvirtuar a essência de muitos. O governo era lento, cheio de burocracias, alianças interesseiras, e principalmente, corrupção. E os acontecimentos seguintes nos levariam a entender como a galáxia encontra-se no estado que vemos em “O Despertar da Força”.
A obra de Claudia Gray tem momentos bons e ruins, mas não deixa de ser importante e divertido como uma aventura Star Wars deve ser. Vale a leitura com certeza.
Que a Força Esteja com vocês!!