Resenha: Sombras do Império (Livro)

“Darth Vader, o implacável pupilo do imperador Palpatine, planeja capturar Luke Skywalker para, enfim, atraí-lo ao lado sombrio da força. Para isso, une seus esforços a Xizor, poderoso líder de uma organização criminosa. No entanto, o chamado príncipe das trevas pode ter outros interesses nessa empreitada, colocando em risco os planos de Vader. Enquanto isso, a princesa Leia monta um grupo para resgatar Han Solo, congelado em carbonita e mantido sob cativeiro por Jabba, o hutt. Para colocar seus planos em prática, porém, ela precisará da ajuda de Luke, herói da resistência rebelde e cavaleiro Jedi em treinamento.”

Em 1996 foi criado um projeto multimídia chamado “Sombras do império”, que envolvia um jogo de videogame/PC, jogos de tabuleiro, revistas em quadrinhos e um livro, todos com o mesmo título. Os acontecimentos dessas obras apresentavam conexão direta com os filmes da trilogia clássica, situados num período pós “Império contra ataca” e pré “Retorno de Jedi”. Inclusive a trama é massivamente mais ligada ao episódio VI, com detalhes e informações de extrema importância para o mesmo.

A história do livro começa exatamente em um momento já conhecido dos filmes, em que Darth Vader mantém um diálogo com o imperador Palpatine sobre como converter Luke Skywalker ao lado sombrio. Caso não fosse possível, o então aspirante a cavaleiro Jedi deveria ser eliminado. Até esse momento, não haveria nenhuma novidade, pois os fãs provavelmente já teriam visto essa cena diversas vezes na tela. O que o público em geral não sabia, é que havia uma terceira presença naquela cena. Seu nome era Xizor, príncipe de uma facção criminosa chamada “Sol Negro”, e que possuía fortes ligações com o império de Palpatine. Ao mesmo tempo, o alienígena de pele verde nutria um ódio feroz pelo pupilo sith, Darth Vader. Mas não podia nem sequer cogitar que alguém soubesse desse fato, pois isso, seria sua derrocada.

Xizor é o grande vilão que viria a importunar nossos heróis no futuro, pois o mesmo tomara conhecimento de que Darth Vader queria Luke Skywalker vivo. Afinal, o líder do sol negro sabia que esse sobrenome pertencia a família de Vader. E uma vez que, não poderia enfrentar um sith mano a mano, haveria a necessidade de atacá-lo através do seu parentesco.

No núcleo luminoso da força, acompanhamos Leia, Luke , Lando e Chewie na preparação para o salvamento de Han Solo. O contrabandista ainda estaria longe das mãos de Jabba, o Hutt, pois por algum motivo desconhecido, Boba Fett ainda não o havia entregado.

Nesse primeiro arco do livro, é iniciada uma adição de personagem, chamado de Dash Rendar. Esse homem seria uma espécie de “Han Solo 2.0”, pois possuía os mesmos maneirismos, era debochado e só ligava para dinheiro. Excelente piloto, e também possuía uma nave carismática como cartão postal, a “Outrider”.

Dash Rendar

No primeiro arco há uma tentativa de emboscar Boba Fett, que claramente dá errado, pois os imperiais acabam se envolvendo e atrapalhando a missão. Dash Rendar deixa os heróis na mão e some de vista. Leia entra em desespero porque havia prometido para si que salvaria Han a qualquer custo. Lando e Chewie passam 80% da história ao lado da princesa. Já Luke Skywalker tem uma subtrama solitária, para em seguida se juntar a Dash.

O escritor Steve Perry se mostra muito talentoso e cria uma identidade escrita que não deixa o leitor se entediar. Ele pula de momento em momento dentro do mesmo capítulo, tornando as sequências mais rápidas e de maior urgência. Ao folhear das páginas você perde a noção de tempo, e claro, sem perder a qualidade na hora de descrever um cenário ou situação.

No núcleo de vilania também ocorre uma adição de personagem, um ser criado para matar sem piedade. Ela, uma “mulher”, muito atraente e ao mesmo tempo fatal. Seria o braço direito de Xizor, seu nome, Guri. Essa personagem simplesmente inferniza Leia Organa durante toda a trama. Devido a sua origem “Científica” , ela apresenta um comportamento frio e apático, lembrando (e muito) os filmes do “Exterminador do Futuro”.

Guri

Os paralelos apresentados com o “Retorno de Jedi” faz a imersão do leitor ser mais grandiosa, além de responder curiosidades que tem imenso valor e impacto nos acontecimentos do Episódio 6. Como por exemplo; descobrir que na verdade os planos da segunda estrela da morte, que caíram nas mãos da aliança rebelde, de fato, não fora ideia de Palpatine. Ou até mesmo como Luke conseguiu o famoso traje negro usado ao fim da trilogia.

Há alguns fatos interessantes no decorrer dos arcos; o primeiro deles é como finalmente vemos que Luke é um Jedi autodidata e aprende muito rápido, apenas lendo as anotações de Obi Wan Kenobi. E o poder de Skywalker vai aumentando no decorrer da história. Ele ainda monta seu sabre verde durante esse tempo. Ignorando um pouco a cena deletada de “Retorno de Jedi” que mostra o jovem construindo o sabre pela primeira vez. Provavelmente essa cena deletada não fora divulgada na época. Mas como ela não está inclusa no corte final, provavelmente a equipe da Lucasfilm decidiu seguir desse modo.

O segundo fato, é de que Darth Vader finalmente aparece treinando como um guerreiro Sith. E que sua raiva mantém suas feridas fechadas, pois toda vez que se encontra relaxado, elas tornam a se abrir.

O único ponto negativo de “Sombras do império” refere-se a uma tentativa de Xizor conquistar Leia Organa numa tensão sexual. Pois a espécie do Vilão, os Falleen, é conhecida por seus feromônios imbatíveis. Essa parte da trama ficou deslocada e gastou um tempo que poderia ter sido utilizado para outros fins.

Vale lembrar que “Sombras do império” agora faz parte do selo Legends, e não influencia no cânone atual. Mas com certeza é uma obra magnífica e marcou o coração de uma legião de fãs (inclusive de quem vos escreve). Nota máxima 10/10.

Que a Força Esteja Com vocês!!!