O episódio 10 de The Mandalorian começa logo após o episódio 9 e mostra a volta de Mando e a Criança para Mos Eisley. Com a armadura do Boba Fett em mãos, Mando pretende retornar para a Razor Crest e continuar a sua jornada de encontrar outros mandalorianos para obter ajuda a devolver a Criança para a sua espécie.

Durante o retorno para Mos Eisley, Mando e a Criança são surpreendidos em uma emboscada e sua speeder bike é destruída. Após uma luta intensa e praticamente eliminando todos os agressores, Mando vê a Criança em posse de um agressor remanescente. E após negociar seu jet pack com ele, a Criança volta para os braços de Mando. Nesse ponto acontece uma cena cômica, com Mando acionando o jet pack por um controle em seu pulso e soltando o agressor no ar após uma subida bem elevada.

Mando andou praticamente o deserto de Tatooine inteiro a pé até chegar na cantina (sim, a mesma de Uma Nova Esperança, mostrando que o story group continua firme na coesão da série) e encontrar Peli Motto, a mecânica que estava dando o suporte para ele. Após cobrir uma aposta em um jogo de cartas e perder, Mando pede ajuda à Peli para continuar sua busca por outros Mandalorianos e ela disse que conhece alguém que pode ajudar.

Peli então diz que mando precisa levar uma passageira para um planeta e que a única condição é que ele não pode viajar utilizando o hiperespaço. A “Senhora Sapo” como ficou conhecida, estava levando uma carga de ovos não fertilizados e precisava encontrar o seu marido nesse planeta, para dar continuidade à sua linhagem, e por conta disso, teriam que viajar na velocidade sub-luz. O que é um problema para um fugitivo da galáxia inteira, pois além de ser facilmente rastreado, possíveis emboscadas ficariam mais fáceis.

De uma maneira geral esse episódio foi pouco mais cômico, com uma participação mais intensa da Criança. Talvez a cena mais engraçada seja dele comendo os ovos da Senhora Sapo, numa inocência típica de uma criança em desenvolvimento, que simplesmente faz as coisas sem pensar nas consequências. E é justamente nessa cena que vemos um relacionamento mais profundo de Mando com a Criança. A relação de paternidade de Mando parece ter se aprofundado, aflorado, e isso fica mais aparente quando Mando dá uma bronca na Criança por ela ter comido os ovos e o coloca para dormir, numa típica situação de pai e filho(a) discutindo.

O episódio vinha se desenvolvendo muito bem até aqui e ele chega ao ápice nas próximas cenas. Ao sofrer uma abordagem de dois X-Wings da Nova República, Mando percebe que um conflito era iminente. Após achar que tinha escapado da uma abordagem mais agressiva, as naves da Nova República, acionam as asas para a posição de ataque e Mando simplesmente dá início em uma fuga eletrizante. Toda a cena da perseguição, do combate, das manobras, a fotografia, é algo de tirar o fôlego. Os efeitos especiais continuam superando as expectativas e entregaram uma experiência ao melhor estilo Star Wars. Ver os X-Wings em um nível de detalhe tão grande, me fez lembrar a nostalgia que tive ao assistir o Despertar da Força em 2015.

Mando, a Criança e a passageira escapam, mas a Razor Crest está em frangalhos, levando Mando a mais uma jornada de reparos na nave, para tentar sair do buraco em que ela caiu. Durante esse ato, vemos a Senhora Sapo recorrendo à honra de Mando, ao implorar para seguirem viagem o quanto antes. É possível perceber o conflito que Mando sofre ao ter que renunciar a uma decisão sua para cumprir com a sua palavra tão honrada.

Nesse ponto o episódio começa a se desenrolar em o que parecia ser apenas mais um trecho da história, até que vemos o trio sendo atacado por aranhas. A perseguição segue em um ritmo que lembra bastante aquelas cenas de Tropas Estelares, com insetos voando por todos os lados e o trio sendo acuado até retornar à nave, que ainda não está em condições de decolar).

Após a tentativa frustrada de levantar vôo, as esperanças do trio estão acabando até que sons de blasters começam a ecoar, e pouco a pouco as ameaças vão sendo destruídas. Ao sair da nave, Mando se depara com os dois pilotos das X-Wings atirando nas aranhas e finalmente pondo fim à perseguição. Nesse trecho final do episódio, é feito uma revelação que por muitos, passou despercebido, mas que pode ser importante para o desenvolvimento da trama. Os pilotos dizem que nos registros da Nova República a Razor Crest e o Mandaloriano estavam constando no ataque à prisão, na primeira temporada. Porém, os registros também contavam quantas vidas Mando havia salvado naquele dia, deixando um saldo positivo a seu favor. Se Mando e sua nave já estão nos registros da Nova República, há grandes chances do seu anonimato já ter ido para o espaço (perdão pelo trocadilho rsrs), o que pode acarretar mais emboscadas, mais perseguições e mais aventuras (estou torcendo para que isso ocorra). Ao final do episódio, vemos a Razor Crest saindo do planeta e tentando sobreviver ao espaço, já que Mando, a Senhora Sapo e a Criança estão dentro do cockpit, pois o restante da nave foi tomado pelo vácuo.

Novamente, me senti traído pela minha expectativa. Eu não achei o episódio ruim ou mediano, mas acho que estava esperando algo mais, algo que me trancasse a garganta, algo que me desse um pouco mais de emoção do que uma carona em um Uber com um carro caindo aos pedaços e com uma criança devoradora de ovos. Assim como a Senhora Sapo, a minha nota para essa viagem seria uma estrela, senão fosse a minha plena consciência de que fui traído novamente pela minha expectativa. O que ficou claro para mim é que essa temporada será constituída de mini arcos, com cada episódio construindo uma colcha de retalhos que mais para frente será organizada em um grande avanço na história. Vamos aguardar os próximos episódios e continuar acompanhando essa jornada.