Review The Mandalorian: Episódio 13 – O Dia em que a Terra Parou

Antes de começar essa resenha, gostaria de agradecer imensamente à toda família Cast Wars! Não só pela oportunidade de falar (ou escrever rsrs) sobre algo que eu amo, mas também pelas discussões que tivemos nos últimos dias referentes ao episódio 13, citando as referências, detalhes e aparições que tivemos durante esse episódio, agregando demais para o que vou escrever aqui. Para não correr o risco de não dar os devidos créditos a quem teorizou ou quem deu a informação, fica aqui meu agradecimento a todos da equipe Cast Wars.

Dito isso, vamos começar falando do episódio. O começo dele foi praticamente um tapa na cara do fandom. Eu juro que imaginei o Filoni olhando para nós e dizendo: “Vocês querem Ahsoka Tano? Então toma!”. Já nos primeiros segundos de cena a nossa maior expectativa (olha ela aqui de novo) é atingida e temos a nossa queridinha togruta dando as caras (e os sabres). O episódio começa em meio a uma floresta totalmente destruída e nebulosa, deixando apenas o rastro de sua sombra enquanto os soldados são mortos um a um. Esse começo me tirou o fôlego e deixou meus ânimos bem exaltados.

Com uma pegada bem original de Star Wars e suas referências de histórias de samurai que inspiraram o nosso papai George, o episódio começa a abrir uma série de perguntas, mas com poucas respostas. Quem é o mestre da magistrada (Morgan Elsbeth) e porque Ahsoka está atrás dele? Dando um ar de mistério, o episódio corta para Mando e a Criança chegando em Corvus. Fazendo uma referência à primeira temporada, vemos a Criança brincando com a bolinha da alavanca de controle da Razor Crest e Mando o repreendendo imediatamente, mostrando novamente o vínculo que os dois possuem.

A chegada dele à cidade reforça novamente o estilo oriental que o episódio repousa. Aquela cidade meio abandonada, com pessoas assustadas, fugindo, se escondendo, mostram que Mando está em um local controlado pelo medo. Nesse ponto, ele vai ao encontro da magistrada, que o contrata para eliminar Ahsoka de uma vez por todas, em troca de uma lança de puro beskar. Ao iniciar sua busca, Mando está na floresta com a Criança e em um certo momento, a deixa repousando sobre uma pedra, enquanto procura rastros da Ahsoka. E ao menor sinal, ela pula já com os sabres ligados e ataca Mando numa sequência de luta que apesar de curta, foi simplesmente maravilhosa. O beskar segurando os sabres de luz , a coreografia, os efeitos sonoros, deixaram toda a sequência digna de um Star Wars que todos nós gostamos de ver.

Mando interrompe a luta dizendo que Bo-Katan o enviou para falar com ela. É possível ver a surpresa de Ahsoka ao ver a Criança sentada na pedra. Ahsoka então decide “conversar” (através da Força) com a Criança, e numa clara demonstração de preocupação, ansiedade e expectativa, vemos Mando por perto, andando de um lado para outro, aguardando alguma resposta. Então, Ahsoka faz uma revelação que já deixou muitos de nós de boca aberta: a Criança (o Baby Yoda, o Yodinha) possui um nome, e esse nome é Grogu! Gostei, achei coerente e acho que combina com um alienígena de aproximadamente 30cm de altura. Ainda sobre Grogu, Ahsoka contextualiza um pouco mais sua história, dizendo que ele foi treinado por vários mestres no templo Jedi de Coruscant e que após as Guerras Clônicas, ele foi retirado do templo escondido (novamente, mais perguntas se abrindo). Após esse período, Ahsoka diz que sua história se torna sombria e para de falar.

Então, Grogu é testado. Fazendo uma pedra levitar até ele, Ahsoka pede para que ele retorne a pedra para sua mão, mas Grogu não obedece. Então, comprovando que existe um vínculo forte entre Mando e Grogu, Ahsoka pede que Mando tente fazer com que Grogu puxe a pedra (nesse caso, a bolinha do controle da nave) com a Força e finalmente Grogu se abre.

Uma coisa que achei interessante nesse episódio foi a mudança na personalidade da Ahsoka. Em um determinado momento conversando com Mando ela diz “Grogu tem muito medo dentro dele e eu vi o que isso pode causar aos Jedi. Aos melhores de nós”. Seria essa finalmente a aceitação de Ahsoka com o fato dela ser Jedi? Seria esse um processo de amadurecimento já em fase de conclusão? Ahsoka se mostra bastante agressiva durante esse episódio, quase que com um pezinho no Lado Sombrio da Força, será que ela está lutando contra a frustração de não ter conseguido salvar Anakin naquele templo Sith em Rebels? Mais teorias e expectativas rsrs.

Mando diz para Ahsoka que a magistrada o contratou para acabar com ela e diz que os guardas estão mais numerosos e muito bem armados e que mesmo com seus sabres, não será um duelo justo. Então, Ahsoka pede ajuda de Mando e caso ele aceite, ela treinará Grogu. Mando aceita dizendo uma frase que tem um peso histórico muito grande: “Um Mandaloriano e uma Jedi? Eles nem vão ver chegando”, remetendo à Guerra Mandaloriana.

Partindo para o ataque, Ahsoka começa os ataques com seus sabres brancos matando cada guarda de uma vez. Uma das cenas mais memoráveis é ela cortando o “alarme” da cidade ao meio com apenas um sabre e um golpe. Chegando do outro lado dos muros, o exército da magistrada chega para impedi-la de avançar e novamente começa uma batalha. Pulos, corridas, perseguições, blasters, robôs assassinos e muito sabre de luz tomam conta das próximas cenas. A magistrada então ordena a execução de prisioneiros no meio da rua e é quando Mando pousa com seu jet pack matando os dois guardas que estavam lá. Com a ajuda de um civil, ele começa a retirar os prisioneiros.

A perseguição continua e Ahsoka continua eliminando os guardas. Durante uma das cenas, podemos ver um gato de Lothal (será que Ezra está por perto?) correndo assustado. Então, Ahsoka começa um combate com os droides assassinos e continua sua fuga. Mando então dá de cara com um dos líderes dos soldados e os dois formam aquela cena de combate clássica dos filmes de western. Cada um esperando a oportunidade de puxar o gatilho e finalizar com o duelo.

Ahsoka consegue chegar até a magistrada e as duas se preparam para o combate. Ela com seus sabres de luz brancos e a magistrada com sua lança de beskar puro. O combate segue e a cena é muito bem executada. Os efeitos especiais do beskar e do sabre de luz, os efeitos sonoros, a coreografia da luta (com direito a uma cambalhota de Ahsoka), tudo muito bem feito. Do lado de lá do muro, Mando e seu oponente trocam palavras, conversando fiado esperando a hora de puxar o gatilho. Ahsoka chega a perder um sabre e então muda sua forma de ataque, adotando uma postura mais agressiva, e parte para cima novamente da magistrada. A luta termina com a magistrada derrotada e com a Ashoka explodindo nossas mentes, ao questionar a magistrada: “Onde está seu mestre? Onde está o Grande Almirante Thrawn?”. Nessa hora eu pulei, surtei, chorei, teorizei, fiz de tudo! Se Thrawn está perto, Ezra também está? Isso tem a ver com o gato de Lothal? Como está a busca de Ahsoka? Sabine estava por perto? Ela poderá ajudar Mando? Enfim, novamente, mais perguntas do que respostas. Após terminar a luta com a magistrada, Mando percebe a reação de seu oponente e atira com a velocidade de um Mandaloriano sedento por sangue e o elimina.

Caminhando para a parte final do episódio, vemos Mando olhando Grogu dormindo, como um pai admira seu filho durante o sono e finalmente Ahsoka chega dizendo que não poderá treinar Grogu, porque o laço dele com Mando é muito forte e ela não quer separar isso (talvez lembrando do que aconteceu com Anakin ao ser separado de sua mãe). Mas ela decide ajudar e diz para Mando ir ao planeta Tython (olha só o Legends sendo canonizado novamente), que lá possui um templo Jedi com uma ligação muito forte com a Força. Ao colocar Grogu no topo de uma pedra, ele poderá se comunicar com algum Jedi através da Força e quem sabe, lá, ele decidirá seu futuro.

Esse episódio foi simplesmente um show de Star Wars. As referências orientais, o estilo samurai misturado com um western, deu um toque especial em tudo o que vimos. Tivemos diversas referências de outras épocas de Star Wars, incluindo menções às Guerras Clônicas, ao Thrawn e a Tython, aparições da Morai (a “Coruja da Força”), o gato de Lothal e de um detalhe na cabeça dos droides assassinos com a insígnia da frota de Thrawn, em Rebels.

Morai (Coruja da Força)
Gato de Lothal
Insígnia da frota do Thrawn

Um ponto que eu gostaria de destacar foi a atuação do Grogu. A equipe que comanda o animatrônico foi extremamente bem nesse episódio, dando a impressão de que realmente tinha uma criaturinha ali, reagindo à tudo o que estava acontecendo. Um destaque especial para a reação dele reagindo ao Mando o chamando pelo nome (momento fofura).

Os efeitos especiais foram sensacionais novamente e a aparição dos sabres de luz brancos me surpreenderam positivamente. As coreografias de luta, a fotografia e os efeitos sonoros mantiveram o nível alto dos últimos episódios. A caracterização da Ahsoka dividiu a opinião de alguns fãs, mas eu sinceramente gostei. Achei que ficou bem próximo da personagem em CGI e a atriz que a interpretou conseguiu trazer caras, trejeitos e movimentos bem próximos do que vimos em The Clone Wars e Rebels. No dia do lançamento deste episódio a internet quebrou, a Terra parou de girar e o fandom foi inundado de teorias, críticas e principalmente, elogios (mesmo com a discussão sobre o tamanho dos lekkus da Ahsoka). Talvez a missão que eu citei na minha primeira resenha (a de que The Mandalorian seria responsável por reunir novamente o fandom) esteja sendo realizada com muito sucesso. Vamos aguardar!

Ahsoka Tano CGI x Live Action (créditos na imagem)

O trabalho que o Dave Filoni fez nesse episódio apenas reafirma que ele é a pessoa certa para continuar o trabalho que George Lucas começou em 1977. O amor e o carinho que ele possui pela franquia vem se traduzindo em verdadeiras obras-primas. Sem dúvidas, o melhor episódio da série até agora (principalmente para quem é muito fã). Quem sabe chegou a hora do aprendiz tomar o lugar do mestre e se consolidar (né, Dênio?). Quero ver o trabalho que vai mudar o logo atual para Filonifilm.